VACINAS PARA ADOLESCENTES

HPV (sigla do inglês para papilomavirus humano)
Esta é uma vacina mais recente, fortemente indicada para TODAS as mulheres, a partir de 9 anos de idade até os 26 anos. Apesar da ANVISA ainda não ter autorizado o uso da vacina em mulheres acima de 26 anos, muitos países em todo mundo estão vacinando todas as mulheres acima desta idade, baseado nos estudos de resposta imune, segurança e eficácia demonstrada por esta vacina nas mulheres acima de 26 anos. O próprio FDA dos EUA já aprovou o uso da vacina nesta faixa etária.

Esta é uma vacina importantíssima para adolescentes, pois previne a aquisição de câncer genital feminino, sendo o principal o câncer do colo do útero, além do câncer vulvar, vaginal etc.

Trata-se de uma vacina muito segura, desenvolvida por engenharia genética, com poucos eventos adversos leves relatados com a vacinação. Esta vacina deve ser administrada preferencialmente antes do início da vida sexual, para que possamos ter 100% de proteção para os tipos de HPV contidos na vacina. O fato da mulher já ter vida sexual, não contra-indica a vacina, pois está demonstrado beneficio de proteção contra o HVP nesta situação. Como a vacina protege contra 4 tipos de HPV (na vacina quadrivalente) ou contra 2 tipos (na vacina bivalente), e como não sabemos se a mulher já foi exposta a o HPV e qual o tipo de HPV, a vacina está plenamente indicada para TODAS as mulheres, independente de sua atividade sexual.

Estão disponíveis no mercado nacional e no Centro de Imunização Santa Joana, duas vacinas: uma quadrivalente, contendo proteção contra 4 tipos de HPV, os tipos 6, 11, 16 e 18 e outra bivalente contendo os tipos 16 e 18. Os tipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer do colo do útero. Daí, estarem presentes em ambas as vacinas. Os tipos 6 e 11 são relacionados com a presença de verruga genital, sendo responsáveis por 90% delas. A verruga genital apesar de não ser um câncer, é um agravo à saúde masculina e feminina muito indesejável, de difícil tratamento, recidiva relativamente freqüente e que altera o estado físico e emocional do paciente.

Em relação aos meninos, apesar da vacina contra o HPV no Brasil ainda não ter sido aprovada pela ANVISA para esta finalidade, vários países já estão recomendando a vacinação nos meninos, a partir de 9 anos, a fim de minimizar a transmissão do vírus para as mulheres, e prevenir câncer de pênis e anal, alem da prevenção de verruga genital, conforme a vacina utilizada. Já existem estudos sobre a eficácia, segurança e resposta imunológica a vacinação do sexo masculino, tornando a vacina uma indicação para esta população.

O esquema da vacinação é sempre de 3 doses, com intervalo de 1 a 2 meses entre a primeira e a segunda dose (dependendo do fabricante), e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose. A aplicação é intramuscular.



HEPATITE A
A vacina contra o vírus da hepatite A tem por objetivo a prevenção em praticamente 100% desta doença infecciosa causada por um vírus, cuja transmissão é tipo fecal-oral, ou seja, o vírus é excretado pelas fezes e contamina o humano através da ingestão de líquidos ou alimentos contaminados por ele. Apesar de ser considerada uma doença benigna, a hepatite A pode raramente causar uma forma fulminante, muito grave e por vezes levando a morte do paciente. Nos adolescentes, a infecção pelo vírus da hepatite A costuma se manifestar de forma mais prolongada, e por vezes com reaparecimento dos sintomas, após melhora clinica Como a maioria das doenças virais, a hepatite A não tem tratamento especifico, sendo auto-limitada.

A vacina contra a hepatite A é uma das mais seguras vacinas disponíveis, praticamente isenta de reações e confere 100% de proteção. A vacina está indicada para TODOS os adolescentes, em duas doses, intramuscular, com intervalo de 6 meses entre as doses. A aplicação é feita por via intramuscular. A vacina contra a hepatite A pode ser aplicada concomitante com qualquer outra vacina, sem interferência.



HEPATITE B
A vacina contra a hepatite B é importantíssima, pois confere proteção contra um dos vírus da hepatite que pode se tornar uma doença crônica (para sempre), evoluindo muitas vezes para cirrose e câncer do fígado. O vírus da hepatite B é transmitido pela via sexual, por sangue ou instrumentos contaminados com sangue de pessoas portadoras do vírus, ou por via mãe-filho (vertical). A vacina contra o vírus da hepatite B está indicada para TODOS os adolescentes.

A vacina é aplicada em 3 doses, sendo a primeira em qualquer idade (quanto mais novo, melhor a resposta imunológica), a segunda entre 1 e 2 meses em relação à primeira dose, e a 3ª dose 6 meses após a primeira.

A eficácia da vacina contra a hepatite B é superior a 95%.

A aplicação é feita por via intramuscular, sendo esta vacina extremamente segura, produzida por tecnologia de engenharia genética e praticamente livre de eventos adversos graves. A vacina contra a hepatite B pode ser aplicada concomitante a qualquer outra vacina, sem interferência.



HEPATITE A+B
Existe disponível uma vacina combinada contra as hepatites A e B, juntas numa só aplicação. Esta vacina está indicada para os adolescentes que não tenha ainda recebido as vacinas contra os vírus das hepatites A e B. É também aplicada num esquema de 3 doses (0, 1 e 6 meses), por via intramuscular. É uma opção muito interessante para os adolescentes que querem se proteger contra os dois vírus de hepatite, de forma mais prática.



SCR ou TRÍPLICE VIRAL (sarampo, caxumba e rubéola)
A vacina chamada de tríplice viral confere proteção contra 3 componentes: vírus do sarampo, da caxumba e da rubéola. Esta vacina é muito importante e está indicada para TODOS os adolescentes, que ainda não tenham sido vacinados ou que receberam apenas uma dose na vida.

Sua aplicação é por via subcutânea, e esta vacina deve ser aplicada no mesmo dia que a vacina contra a catapora (ou varicela), ou no caso disso não ser possível, deverá existir um intervalo mínimo de 28 dias entre elas.

A vacina tríplice viral é feita com vírus vivos e atenuados, e esta característica possibilita o aparecimento de reação após a sua aplicação. A reação mais comum é a febre, que pode ser baixa ou mesmo alta, que se manifesta entre o 5° e o 14° dia após sua administração. A febre costuma durar, 24h a 72h, sendo benigna e auto-limitada. Outro tipo de reação esperada, embora bem menos comum seja o “rash” cutâneo, ou seja, uma reação na pele, como se fosse uma reação alérgica, que também é benigna e não há necessidade de medicação especifica. Devido ao componente da Rubéola, outro evento adverso relativamente comum é a dor em pequenas e médias articulações, dias após a aplicação da vacina e que da mesma forma é auto-limitada (desaparece sem a necessidade de medicamentos específicos).

A vacina tríplice viral foi fundamental para o total controle do sarampo no nosso país, e almejamos um dia obtermos a erradicação da rubéola e da temida síndrome da rubéola congênita, doença grave e permanente que acomete fetos cujas mães tiveram a doença aguda durante a gestação.

A vacina tríplice viral está contra indicada na gestante, mas não exista qualquer contra-indicação para as crianças cujas mães estão gestantes ou que se encontrem amamentando ou ainda em mulheres que estão amamentando.

A eficácia da vacina tríplice viral é em media de 95%.



VARICELA (ou catapora)
A varicela, também chamada popularmente de catapora, é uma doença causada por um vírus, cuja disseminação ocorre muito facilmente. Não é raro, ouvirmos falar em epidemia ou surto de catapora em ambientes fechados, como escola, creches, cursinho, etc. O vírus da varicela é muito transmissível, através do ar. A vacina contra a varicela está indicada para todos os adolescentes que ainda não tiveram a doença ou que não receberam a vacina na infância. Como é uma vacina de vírus vivo atenuado, existe contra-indicação da vacina em situações especiais de imunossupressão e gestação.

Como já relatado acima, esta vacina devera ser feita no mesmo dia que a vacina tríplice viral, ou na sua impossibilidade, aguardar intervalo de 28 dias entre elas. A vacina contra a varicela é aplicada via subcutânea, num esquema de duas doses (maiores de 13 anos de idade), com intervalo de 4 a 8 semanas entre elas. A eficácia da vacina contra as formas graves da varicela é de 90 a 95% e para todas as formas de varicela entre 80 a 85%.

A vacina contra a varicela é feita com vírus vivo atenuado, podendo assim apresentar algum evento adverso. O mais comum é febre que aparece 2 a 3 dias após a vacinação sendo benigna e auto-limitada. Recomenda-se evitar o uso de derivados do ácido acetil salicílico – AAS após a aplicação da vacina, pelo risco teórico de uma doença muitíssimo rara, porém grave (Síndrome de Reye).



VACINA ANTI-MENINGOCÓCICA ACWY CONJUGADA
Nova vacina que amplia a proteção contra essa grave forma de meningite para quatro diferentes tipos. Adolescentes apresentam risco aumentado para a doença, pelos hábitos próprios da idade, como compartilhamento de copos e cigarros, beijo, frequência em ambientes fechados, baladas, viagens, etc. A vacina se mostrou segura e fortemente protetora, podendo ser aplicada em jovens após os 11 anos de idade.



VACINA CONTRA COQUELUCHE
O número de casos da doença vem aumentando nos últimos anos. Um dos motivos é a perda da imunidade conferida pela vacinação na infância. Adolescentes devem receber uma dose da vacina a cada 10 anos, em combinação com as vacinas difetria e tétano, na chamada tríplice bacteriana acelular. A vacina é segura e bem tolerada, e às vezes ocorrem reações locais como dor e inchaço, porém são de curta duração.